Classicamente o tratamento cirúrgico do pectus excavatum (e também do pectus carinatum) é a cirurgia de Ravitch. A base dessa cirurgia é a retirada de todas as cartilagens para permitir o reposicionamento do osso esterno. Nos casos de pectus excavatum também e necessário utilizar algum dispositivo (tela ou barra metálica) para dar sustentação ao osso tentando evitar a recidiva do pectus.
Além de ser uma cirurgia trabalhosa por ser necessária a ressecção das cartilagens, as maiores críticas à técnica decorrem do fato de ser necessário realizar uma cicatriz frontal (na frente do peito) aliado a um índice de recidiva do pectus que em algumas series não é baixo (1). Além disso, essa cirurgia em crianças pequenas também traz o risco de desvascularizar o osso esterno, podendo alterar o seu desenvolvimento (2).
É por conta desses aspectos que a cirurgia minimamente invasiva, que é o MIRPE, se desenvolveu. No MIRPE as cicatrizes são laterais (menos aparentes), os procedimentos cirúrgicos em geral são menos invasivos por não envolver a ressecção de cartilagens, e as recidivas parecem ser menos frequentes.
Embora o MIRPE tenha se tornado o estado da arte no reparo dos pectus excavatum, há que se considerar que alguns casos ainda precisem ser corrigidos com a técnica de Ravitch.

Referências:
1. Scalise PN, Demehri FR. The management of pectus excavatum in pediatric patients: a narrative review. Transl Pediatr. 2023;12(2):208-220. doi: 10.21037/tp-22-361.
2. Tedde ML, de Beer SA. Correspondence on Should the Ravitch Procedure to Correct Pectus Excavatum Be Avoided in Young Children? J Chest Surg. 2022;55(3):252-254. doi: 10.5090/jcs.22.026.