O reparo minimamente invasivo do pectus excavatum (MIRPE) tornou-se a cirurgia de escolha para tratar pectus excavatum, mas é sabido que essa cirurgia pode cursar com dor importante no pós-operatório. A crioanalgesia é um método que congela os nervos periféricos, provocando hipoestesia (perda da sensação) na área daquele nervo. Isso faz com que o paciente não sinta dor naquela região. Gradativamente, esse efeito se desfaz, e a sensação retorna. Nos locais onde está disponível (infelizmente em poucos centros do Brasil), a crioanalgesia vem sendo cada vez mais utilizada. Um trabalho publicado pelo grupo de Phoenix, Arizona, utilizou uma metodologia criteriosa para avaliar os efeitos da crio e com isso produziu o melhor trabalho que já vi sobre esse tema. As conclusões do trabalho são:

a) o pico da crio na MIRPE é no 1º dia de pós-operatório;
b) a hipoestesia da crio é transitória;
c) a dor neuropática ocorreu em 20% dos pacientes e foi em grande parte transitória e não exigiu tratamento.

Mas mais interessante que as conclusões, são a metodologia de avaliação e as discussões que os autores levantam sobre esse tema. Vale a leitura: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022346823005535?via%3Dihub